Depoimento sobre a criação da televisão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro

André Motta Lima

Ao aceitar, no início de 2004, o convite do então Secretário-Geral da Mesa, vereador Ivan Moreira, recebi a incumbência de montar, com liberdade, uma emissora e a devida programação, a partir de uma situação inusitada: todos os equipamentos já estavam adquiridos, cabendo conceber espaços, equipe e programação com base em recursos técnicos já definidos.

À longa experiência profissional em televisão e em atividades políticas cabia juntar a defesa dos interesses de divulgação da instituição com minhas convicções da necessidade de uma comunicação comprometida também com os interesses da população do município, mais além dos interesses de cada um dos seus 51 representantes eleitos.

Optei por um caminho que mais tarde, como Vice-Presidente da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas, vim a perceber ser um dos lados de uma divisão existente em todo país: ou “focar a programação quase que exclusivamente no trabalho parlamentar e em seus representantes ou uma opção mais ampla de abordagem de temas da cidade e mesmo de interesse direto e verdadeiramente participativo da população (in “As várias receitas do bolo nas TVs Legislativas”, artigo na Revista da Astral nº 2, maio de 2012).

Outra dualidade nacional existente (equipe contratada ou escolhida por concurso) me possibilitou escolher o trabalho que admirava de profissionais que conhecia. O resultado, que pode ser amplamente visto a seguir, durou mais de sete anos – um dos períodos mais longos de cargos confiança exercido na instituição. O fim se deu com a avocação para si, através de acordo político, do comando da emissora pelo vereador Paulo Messina. A RioTV passou a se orientar pelo outro caminho.