Primeiro programa da série na TV Educativa
A mudança no país com a redemocratização de 1985, mesmo que sem a presidência de Tancredo Neves, provocou transformação em vários setores administrativos, inclusive nos cargos de direção da TV Educativa. O ex-deputado cassado Ciro Kurtz, ao assumir a direção jurídica, chamou um dos nomes da lista de indicações, o jornalista André Motta Lima, para pensar um formato de programa que desse espaço para a participação popular.
Durante a ditadura, as associação de moradores tiveram importante papel aglutinador para as lutas da população. A experiência de André com exemplos de comando popular de programação, verificados de perto em Cuba e na Nicarágua, fez surgir no Brasil o Espaço Comunitário, primeiro programa orientado por um Conselho Consultivo de entidades populares com reportagens semanais sobre o movimento social organizado, enfocando lutas, reivindicações e atividades culturais pouco difundidas.
Além do diretor e da representante da TV Educativa, Helena Severo, compunham o conselho, que se reunia semanalmente para escolher os temas a serem abordados, representantes da Associação de Moradores do Município do Rio de Janeiro, da Federação de Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro da Pastoral de Favelas e da Fundição Progresso, que se propunha a criar ações culturais nas comunidades.
Esta primeira fase do programa durou do início de 1985 ao início de 1987 possibilitando o uso do vídeo como ferramenta de luta, no caso da “Luta da Paz”, e um Prêmio Especial do Júri do III Festival Internacional de Cinema, TV e Vídeo do Rio de Janeiro – FestRio, em 1986, pelo vídeo “ A Vila que virou Esperança”, produzido a partir do acompanhamento da luta vitoriosa dos moradores da Vila Jurema para ser exibido, como exemplo, em reuniões de associações de favelas. E não foram poucas as vezes que a presença da câmera do programa evitou violências policiais.
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Outros videos da primeira fase do programa
A volta do Espaço Comunitário na RioTV – emissora da Câmara Municipal do Rio de Janeiro
Chamado, como pessoa física, para montar o canal de televisão da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, no início de 2004, André Motta Lima conseguiu com os vereadores responsáveis pelo controle da TV (Stephan Nercesian, Andrea Gouveia Vieira e Claudio Cavalcante) a aprovação para a volta do Espaço Comunitário, também com um Conselho Editorial integrado pela Central Única das Favelas, Viva Rio, Observatório de Favelas, Sebrae-RJ e pelo Comitê pela Democratização da Informática.
O programa passou a ser também um espaço para exibição de vídeos feitos pelas comunidades, pois esse aspecto cultural passou a ter primazia na organização e mobilização da população marginalizada. Em maio de 2011 o vereador Paulo Messina pediu o comando da televisão para estabelecer uma programação voltada especialmente aos parlamentares e não houve mais espaço para as comunidades. Afinal, como disse na ocasião, os representantes do povo são os vereadores eleitos.